Vamos falar sobre alguns recursos para enriquecer a melodia.
Temos viajado pelos capítulos falando sobre elementos estruturais de composição. Por experiência, sabe que a linha de chegada de uma música é só no estúdio mesmo. Música pronta, deve estar bem composta, bem revisada, bem arranjada, bem tocada, bem cantada, bem gravada, bem mixada, bem masterizada! Ou seja, a cadeia da produção musical plena e bem aplicada à obra.
Para você gostar mais dela enquanto ou quando faz, é sempre legal lançar mão de alguns recursos que enriquece esse “rascunho” que se chama composição.
Por exemplo, quase toda música tem introdução, correto? É muito raro você encontrar uma música que não tenha.
A introdução geralmente é formada por uma repetição de acordes dentro da melodia, é uma parte da harmonia da canção ou ainda um trecho original que remete a canção que vai iniciar.
Muitas vezes a intro é composta por um riff e o riff é um elemento enriquecer que merece toda atenção dentro de uma boa canção.
Levando em conta que este livro é um conjunto de dicas para quem quer compor, esta é uma dica valiosas e não raro ser esquecida dentro do processo criativo, o riff geralmente vira elemento do arranjo, quando o arranjador ou produtor é paciente, talentoso e dedicado.
Nos outros capítulos vimos elementos estruturais de composição. Falamos sobre as estrofes, ponte refrão. Não abordamos a introdução por considerá-la uma parte de livre criação musical.
Você decide sua introdução geralmente depois que fez a canção toda: “olha, terminei a canção, o que eu faço de introdução?”. Eu particularmente por pressa ou desmazelo nunca me atento à intro ou vira uma mera repetição de acordes que eu executo como forma de ganhar respiração e concentrar-me no tom e na lembrança melódico. Errado! Introdução merece ser trabalhada durante a criação para que a peça chega o mais pronta possível diante das próximas etapas de produção.
Existem introdução que se tornam mais famosas que as canções. É um rissco e tanto trabalhar a intro ao ponto dela ofuscar a beleza do desenrolar da canção. Intros são feitas com repetições de acordes mas, poder ter solos, podem ter riffs.
O riff é um recurso muito usado dentro da melodia da canção e ele sempre cai bem na introdução.
Não consigo imaginar “Sonífera Ilha” com os Titãs sem seu riff que começa na Intro e permeia a canção toda. – “Não posso mais ficar assim ao seu ladinho”…
O riff de “Sonífera ilha”, é uma repetição de notas que dentro do acorde de lá menor. Funciona como introdução e também aparece na canção toda onde praticamente faz parte da melodia.
https://www.youtube.com/watch?v=rXnTsckavX4
Isso é um recurso usado por muita gente, usar um riff introdutório para continuar a melodia da canção sobre o riff em vez de um acorde cheio, isso é um truque de mestre. Costuma recomendar especialmente para bandas, é muito legal de se fazer todo mundo junto, enriquece, “engaja” a plateia na audição e ajuda demais as pessoas memorizarem a canção. O riff é um recurso ótimo para quem gosta ou quer fazer canções mais “grudentas”.
Há riffs feitos com frases melódicas da canção e funcionam bem também.
Um outro truque que você usar nas suas melodias são os acordes abertos.
Não é preciso uma super aula de música para entender os acordes abertos. Eu mesmo estudei muito pouco de teoria musical e não poderia me arvorar a ensinar intervalos e acidentes de acordes para poder explicar esse acordes. Resumindo bem, pra servir como fonte de pesquisas musicais, um acorde aberto é aquele onde a gente suprime algumas notas sem tirar características principais dele.
Vou dar um exemplo do acorde sol maior que eu posso fazer assim (*ele toca de uma forma*), posso fazer assim (*ele toca de outro jeito*), posso fazer ele todo aberto, isso é um acorde aberto.
Sente que a sonoridade é tecnicamente a mesma e isso enriquece muito a canção? Costumo usar muito e muitos artistas usam. O mi diferenciado, tenho mi maior e se eu suprimir bem as notas vou ter um mi bem rico e, no entanto, é um acorde aberto (*ele toca*) e dá outras possibilidades de você construir canção. Outro acorde de se fazer canção é o lá maior. O lá maior puro é um acorde “chatão” né? Bobo, mas você pode colocar uma nona nele que ele continua valendo e ele é muito legal porque aqui nesse curso, porque a gente estava falando geralmente de composições que se faz no violão, então o lá maior que eu posso fazer na sexta casa como se fosse o mi, só que na sexta casa, é um lá bonito de se fazer, bonito de se usar nas canções.
Acordes abertos é uma coisa que você tem que ir à campo, estudar um pouco mais. Aprofundar-se no tema, significa ouvir mais, estudar algumas construções e exemplos dentro da música. É diferente de tentar explicar só com palavras, por isso preparei essa sequência de endereços com super exemplos de riffs famosos, introduções espetaculares e gente usando e abusando de acordes abertos.
Uma coisa é fato, certamente vai enriquecer sua canção. Depois que você acha que ela está pronta, vale a pena usar um bom tempo trabalhando estes “entalhes” que fazem toda a diferença na beleza de uma canção.